segunda-feira, 10 de outubro de 2011

OS MISTÉRIOS E O EXOTISMO DA AMAZÔNIA


TIVE A OPORTUNIDADE, POR DIVERSAS VEZES, DE VISITAR ALGUNS RINCÕES DESTA NOSSA IMENSA AMAZÔNIA, PODENDO MENCIONAR, DENTRE MUITOS, O ARQUIPÉLAGO DAS ANAVILHANAS, NO RIO NEGRO, E O LAGO JUMA, NO RIO MADEIRA. ALÉM, É CLARO, DE MANAUS, BELÉM E A ILHA DE MARAJÓ.


CONTUDO, SEMPRE ME ENCANTOU VER AS FOTOS DE UM LUGAR DO QUAL POUCOS BRASILEIROS JÁ OUVIRAM FALAR: ALTER DO CHÃO, NO ESTADO DO PARÁ E QUE MUITOS CARINHOSAMENTE CHAMAM DE "O CARIBE BRASILEIRO".


E POSSO GARANTIR QUE, DE FATO, É UM LUGAR PRATICAMENTE DESCONHECIDO PARA NÓS (AO CONTRÁRIO DE INÚMEROS TURISTAS ESTRANGEIROS QUE PARA LÁ SE DIRIGEM), POIS PARA A MAIORIA, A QUASE TOTALIDADE, DAS PESSOAS QUE MENCIONEI O LOCAL NEM SABIA ONDE FICAVA!


DE QUALQUER FORMA, EM MAIO DESTE ANO EU E MINHA PRIMA HELENA RESOLVEMOS IR CONHECÊ-LO, NO PRINCÍPIO DE JULHO, QUANDO SE TERIA INICIADO O VERÃO AMAZÔNICO.


NÃO TIVEMOS A OPORTUNIDADE DE VER AS IMENSAS PRAIAS QUE SURGEM DURANTE A ESTIAGEM, POIS AINDA ERA DEMASIADO CEDO PARA TANTO, MAS EM COMPENSAÇÃO PUDEMOS AINDA FAZER OS PASSEIOS MARAVILHOSOS PELA FLORESTA ALAGADA!


DE QUALQUER FORMA, AQUILO TANTO NOS ENCANTOU QUE RESOLVEMOS BREVEMENTE, RETORNAR NUMA ÉPOCA MAIS PROPÍCIA, DESTA VEZ PARA VER AS IMENSAS PRAIAS FLUVIAIS DE AREIAS BRANQUÍSSIMAS E ÁGUAS TRANSPARENTES.


GRANDE ABRAÇO A TODOS (AS),


PEDRO

domingo, 9 de outubro de 2011

Em nosso primeiro dia de reconhecimento da região de Alter do Chão, o destino eram as comunidade locais, habitadas por indígenas e mestiços, todos afeitos à exploração da floresta.


Antes, porém, fizemos uma breve visita em BELTERRA, uma vila que fez parte do grande projeto do magnata americano Henry Ford, na primeira metade do séc. XX, e que consistia na produção sustentável da borracha, com grandes plantações de seringueiras. O projeto acabou naufrando mas ficou a vila, com suas pequenas, porém caprichadas, casas de operários.

Na volta deste passeio, na parte da tarde, uma cena que me lembrou (em menor escala), minha aventura de 2010 no Himalaia: após uma forte (e passageira) chuva tropical, nosso veículo atolou na lama e somente foi retirado com a ajuda de rapazes da comunidade. Falta de previsibilidade de nosso guia: naquela região, diz a minha razão, tinha de ser um veículo 4 x 4, numca um carrinho de passeio!


Depois da visita a Belterra, nosso primeiro destino daquele dia: a Comunidade de São Domingos, na "FLONA", como chamam abreviadamente a Floresta Nacional do Tapajós.

Nosso ponto de apoio, antes e depois da trilha que iríamos fazer, foi a casa de D. Conceição, cearense há muitos anos residente na região. Na foto estão o guia Miguel (roupa camuflada), um suíço-italiano que se tornou amazônico e se casou com uma nativa, eu, uma turista italiana, Helena e o Taketomi, um nissei amazônico, chefe da expedição. A casa de D. Conceição, assim como a trilha, ficam em outra comunidade, de nome Jamaraquá.

Em primeiro plano a D. Conceição e uma de suas netinhas, a turista italiana (na realidade uma jornalista) e Helena. Todos em sua cozinha na qual ela iria preparar o almoço, enquanto fazíamos a trilha.


Aqui já estamos em plena trilha, ainda pela mata secundária. A trilha totalizou 12 km de caminhada, concluída em 4 horas e foi, no conjunto, simplesmente maravilhosa! Um contato direto com a maior floresta tropical do planeta não é coisa que se despreze e nem que se faça todos os dias!


A mata secundária já ficou para trás e agora estamos caminhando pela mata primária, aquela que nunca foi tocada pelo homem, a mata virgem! Os troncos das árvores já demonstram sua idade e sua plena preservação. Alguns troncos, cobertos de líquens, são um toque de beleza todo especial.

Esta árvore, uma samaúma, é verdadeiro marco de toda a trilha! A nossa insignifîcância diante de seu tronco centenário já diz tudo! É a maior pela qual passamos e se calcula que tenha aproximadamente 500 anos, ou seja, é da época do descobrimento.


Desta pequena elevação, a maior que atingimos durante a caminhada, tem-se uma belíssima vista da floresta amazônica e do Rio Tapajós ao fundo. Este foi também o percurso percorrido, ida e volta.


Terminada a caminhada, fomos almoçar na casa de D. Conceição a qual, a pedidos, preparou-nos uma galinha caipira ao molho de tomate. Entre os acompanhamentos arroz, feijão e macarrão. Para meu espanto, vi os dois italianos (a jornalista e o guia) comendo arroz, feijão e macarrão, tudo junto, sem a menor cerimônia. Depois, ao chegar à beira do rio para um passeio pelos igapós e igarapés, um garoto ribeirinho demonstra sua aptidão em escalar árvores.


Onde pegamos nossa canoa para o passeio pela mata inundada, pelo igapó de Jamaraquá, as embarcações que servem de transporte para o pessoal da região.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O primeiro dia foi de caminhada pela floresta mas o segundo foi de exploração pela água. Quando saímos do porto de Alter do Chão e vimos o Rio Tapajós à nossa frente, eu não podia acreditar: aquilo é um verdadeiro mar, de águas azuis e do qual não se divisa a margem oposta! Parecia uma paisagem do Caribe.


Nosso destino era o Canal do Jari, do qual estamos vendo o início. O canal é uma passagem natural que liga o Rio Tapajós ao Rio Amazonas, vários quilômetros corrente acima de onde ocorre o encontro dos dois. As águas, ainda altas, cobriam uma boa parte da vegetação mas o verão amazônico já estava às portas, evidenciado pelo lindo céu azul.


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

As ilhas que se formam à medida que se acerca da entrada do canal.


A navegar pelo canal. Árvores com os troncos na água e as garças a pousar sobre seus galhos. Ao fundo, uma fazenda de criação de gado.


Estamos a nos aproximar da casa de um casal de ribeirinhos, Sr. Dilson e D. Conceição. A casa é construída sobre palafitas, o que permitem que eles fiquem nela mesmo durante a época das cheias.

Ultrapassada a casa do simpático casal, mais um passeio através da floresta inundada. Uma maravilha, que encanta mas que também assusta.Veja-se o tamanho do tronco da árvore.


O canoeiro precisa ultrapassar, com cuidado e maestria, os troncos de árvores caídas e que flutuam na água.


Esta casa, uma verdadeira "mansão" sobre palafitas, com seus "jardins suspensos", lembrou-me muito habitações semelhantes que já havia visto no Sudeste Asiático, países como a Tailância e o Sultanato de Brunei.


Em nosso retorno para Alter do Chão, as nuvens começaram a se acumular no céu. Todavia, paramos em Ponta de Pedras, local de praia e de restaurantes que servem as especialidades típicas da região, com predominância de peixes.


Eu e Helena saboreando nosso almoço e (eu) a tomar uma caipirinha! Imperdível, apesar de eu não me conformar da inexistência de frutas da região! Só mesmo o tradicional limão. O restaurante é "pé na areia".


Já próximos a Alter do Chão (que se vê ao fundo), uma rápida pancada de chuva nos brindou com dois magníficos arcos-íris a enfeitar o céu.


A manhã do dia seguinte foi dedicada a visitar a vila propriamente dita. A orla e o porto de Alter. Ao fundo, a saída da baía para o Rio Tapajós, notando-se que não se enxerga a outra margem, como eu já comentei.

A ribeirinha, uma idosa com traços indígenas, lava tranquilamente suas roupas numa das escadaria do porto.


Já a parte da tarde foi dedicada a mais passeios fluviais, a começar pelo Igapó da Floresta Encantada do Caranazal, com mais trechos de floresta inundada.


A serenidade da paisagem.


Estas malocas não são autênticas. Foram montadas pela equipe de filmagem da película TAYNÁ III, que irá estrear nos cinemas em janeiro de 2012. O filme faz parte de uma série infantil, que conta as aventuras da indiazinha Tayná.


No retorno da Floresta Encantada e enquanto aguardávamos o por do sol, paramos na chamada Ilha dos Amores, bem defronte a Alter e repleta de bares. As águas do rio estavam ainda muita altas, o que deixa à mostra apenas uma pequena parte das praias. Durante a estiagem, ficam muito extensas. Mas se nota a beleza do local e a transparência da água.


A Ponta do Cururu é o local para onde os barcos se dirigem para ver o por do sol e os botos cor de rosa. Mais rápida que eu, Helena conseguiu flagrar este boto, enquanto vinha à superfície para respirar.


Se o por do sol é lindo em qualquer parte do planeta, na Amazônia toma feições fantásticas...


... e mesmo quando ele desaparece no horizonte, os reflexos são beleza pura!


Concluídos nossos passeios em Alter do Chão, fomos para Santarém, a sede do município. Cidade histórica, foi fundada por portugueses no séc. XVII.`Para iniciar nosso roteiro, agora cultural, fomos visitar o Museu Dica Frazão. Dona Dica, atualmente com mais de 90 anos de idade, é uma instituição na região e nos recebeu pessoalmente.


O trabalho de Dica Frazão tem reconhecimento a nível mundial, ela já recebeu diversas autoridades e consiste na confecção de produtos, principalmente roupas, com a utilização de materiais típicos da Amazônia, como sementes, frutos, fibras, etc. Suas obras já foram exibidas em diversos locais, no Brasil e no Exterior.


Depois, fomos visitar o Mercado, o grande entreposto de produtos típicos da região amazônica. Grande aficionado em visitas a mercados através do mundo, jamais me furtaria de visitar um dentro de meu próprio país. Os mercados são a síntese da cultura de um povo, mostram como ele vive, como se alimenta, como se comporta...


Helena posa junto aos sacos de cereais.


Óleos e frutas típicas da região. A visita ao mercado dá a exata noção para nós brasileiros, do alto grau de encantamento e exotismo que a Amazônia inspira a todos os seus visitantes, às vezes até mais aos estrangeiros do que aos brasileiros.


Continuamos nosso passeio. Do alto da fortaleza, o encontro das águas barrentas do Rio Amazonas (ao fundo) com as águas claras do Rio Tapajós (à frente). As águas do Tapajós, como as do Negro, não propiciam a proliferação de mosquitos, o que dá sossego aos moradores ribeirinhos.


O movimentado porto de Santarém. Ao fundo, o grande terminal graneleiro da Cargill, por onde se embarcam, em grandes cargueiros, vultosas quantidades de cereais (principalmente soja), vindas do Mato Grosso e do Pará e destinadas a portos de todo o planeta.


Helena e eu na avenida que beira o rio (está à nossa frente) e a catedral da cidade, ao fundo.



A catedral de Santarém, construção iniciada ainda no séc. XVII.


Santarém é famosa, tal como São Luís do Maranhão, pelos grandes casarões cobertos de azulejos, que ajudam a evitar os efeitos da umidade e das chuvas torrenciais.

Só que às vezes, sente-se falta de uma Lei Cidade Limpa! Veja o que os donos das lojas fizeram com a fachada deste aristocrático casarão! Horrível! Ao fundo, outros casarões, que dão graça à parte histórica da cidade.


E para nos despedir de Santarém e desta magnífica Amazônia, uma foto no centro histórico sob a estátua de São Pedro, protetor dos pescadores. Ao fundo, casarões e à nossa frente o Rio Tapajós.

TCHAU, AMAZÔNIA! ATÉ BREVE!!!